Snake Charmer
Prólogo
Meu nome é Emistre Ecchiore. Eu sou italiano, filho de uma Bruxa puro sangue com um pai mestiço. Meu pai é um diplomata bastante influente por toda Verona, assim como minha mãe, ela trabalha como secretária dele. Ambos preferem não usar magia diante dos trouxas, mas não hesitam em usar se for necessário. Eu cresci numa bela mansão em meio a um campo florido, longe do centro de Verona. Nós tínhamos uma criada bastante afetuosa e gentil, que seguia todas as ordens de meus pais sem questioná-las. Para ela era importante seguir as ordens de meus pais acima de tudo.
Quando eu tinha 13 anos, eu estava procurando um livro para ler na biblioteca que ficava na sala da minha casa. Lá haviam livros sobre assuntos diversos, Alquimia, Bruxaria, História, Ciências, Matemática, entre outros assuntos. Então eu resolvi pegar um livro de Alquimia e começar a ler. Eu mau conseguia entender as palavras antigas escritas no livro. Mas então, quando eu olhei em uma das páginas, havia um artigo sobre como moldar um objeto a partir do ouro. Eu achei aquilo muito interessante, apesar de não entender aquelas palavras difíceis.
Então eu coloquei o livro de volta na estante e de repente, todos os livros começaram a tremer junto com a estante. Eu fiquei com medo, afinal, eu não sabia o que estava acontecendo comigo.
A nossa criada estava andando pelo corredor quando ouviu o som da estante tremer. Ela deve ter pensado que se tratava de um terremoto, então ela virou para trás e foi até onde eu estava. Eu estava tão nervoso que a estante não parava de tremer, meu corpo estava formigando e ardia muito. Então ela se aproximou de mim e me olhou nos olhos com preocupação e disse:
– Emistre, o que está acontecendo?
Eu congelei e então meu corpo começou a esfriar e os tremores de repente pararam e todos os livros foram postos no lugar atrás de mim, sem eu notar. Eu respirei com alívio e então falei com a criada.
– Não é nada, Clara. Eu só estava procurando um livro para ler. — Eu disse constrangido — Algum problema? – Perguntei.
– Não, nenhum problema. Eu…vou preparar o almoço – Disse ela sorrindo para mim.
Assim que a criada se retirou dali, eu voltei a escolher um livro para ler. Dessa vez eu peguei um livro de bruxaria para ler. Eu folheie as páginas daquele livro antigo que estavam amarelas de tão envelhecidas, e cheiravam à pó. Algumas palavras estavam apagadas devido ao tempo. Então, folheando as outras páginas encontrei uma que estava escrito algo como “Paixão de Fogo”, mas estava em latim e eu não conhecia essa língua. Eu nunca fui para a escola. Os meus estudos eram só os livros que haviam na minha casa. Enfim, eu tentei pronunciar aquelas palavras horríveis, mas a pronuncia não saia corretamente. Eu continuei tentando e tentando, e tentando, e nada. Resolvi por de volta o livro na estante. Logo em seguida, uma coisa estranha aconteceu. Um dos livros começou a soltar faíscas e em seguida elas se transformaram em uma pequena chama que foi crescendo e crescendo na estante até que a estante toda começou a pegar fogo. Os meus pais que estavam na cozinha tomando café, logo sentiram cheiro de queimado e vieram correndo até mim. Eles olharam a estante pegando fogo e ficaram apavorados.
Eu fiquei sem entender o que estava acontecendo e as chamas iam queimando cada vez mais a estante transformando a madeira em carvão.
Os meus pais me abraçaram, pois sabiam que eu havia despertado a magia dentro de mim, mas resolveram me mandar para uma escola normal, ao invés da escola especial que todos os bruxos vão, Hogwarts, a escola de magia e feitiçaria. Todos na Itália conheciam a escola por ser excelente em disciplinar jovens bruxas e bruxos que despertam a magia dentro de si. Mas eles preferiram me mandar para uma escola normal, pois achavam que aprendendo com os trouxas, eu inibiria os meus poderes latentes que haviam despertado.
Então, quando eu completei 17 anos, os meus pais me levaram para a escola normal dos Trouxas. No meu primeiro dia de aula eu passei no corredor da escola e todos me olhavam estranho. Eles olhavam fixamente para uma massa de meus cabelos pretos que caíam sobre o lado direito de meu rosto ocultando um de meus olhos verdes. Eles provavelmente sabiam o que eu era, mas buscavam me evitar ao máximo. Eu disse um “Oi” e todos se silenciaram diante da minha presença. Eles pareciam estar com muito medo de mim. Mas porquê?
Então, eu vi essa linda garota que era um pouco mais velha do que eu, ela devia ter uns 14 ou 15 anos talvez. Ela tinha cabelos loiros e olhos verdes como os meus, no cabelo dela haviam tranças lembrando uma coroa e algumas madeixas de seus cabelos eram frisados. Ela tinha um ar angelical e vestia uma blusa rosa choque, uma blusa top preta, uma saia curta preta que mostravam parte de sua virilha, botas de couro preto de salto altos, e carregava os livros na mão. Ela começou a vir na minha direção e deu um pequeno esbarrão em mim e soltou um delicado “Oi” para mim com aquela voz de anjo e foi até o armário dela, o abriu e organisou seus livros lá dentro.
Eu olhei ela mexendo no armário e fui andando lentamente até ela. Meu corpo parecia duro feito uma pedra. Eu estava andando todo desengonçado. Quando fui até ela e fiquei perto dela, ela voltou o seu olhar para mim e disse:
– Oi de novo! O que você quer?
As palavras não saiam da minha boca. Eu comecei a ficar nervoso e o armário dela começou a tremer que nem a estante da minha casa. Ela começou a ficar assustada e disse:
– O que você está fazendo?
Os tremores começavam a ficar cada vez mais fortes com o meu nervosismo, e logo as portas de todos os armários começaram a tremer junto com a porta do armário da garota e a abrir de repente. Os outros garotos trouxas olhavam para aquilo e ficavam tão assustados que não sabiam o que fazer.
A garota então começou a gritar comigo dizendo para eu parar repetidas vezes e eu não conseguia. Eu comecei a colocar as minhas mãos em torno da minha cabeça. Eu me desesperei e ela soltou um grito estridente que todos os ali presentes ouviram e não entenderam nada. Eu comecei a grunhir de tão assustado que eu estava. Eu não conseguia me conter.
Então, a diretora do colégio veio no corredor e deu um tapa no meu rosto assim que eu abaixei as mãos. Parecia que meus poderes estavam voltando.
O corredor inteiro ainda estava tremendo e a diretora apesar de tentar se equilibrar diante dos tremores continuava a me bater no rosto e então empurrou eu contra a parede, eu bati e cai no chão inconsciente. Tudo voltou ao normal, e a garota foi chorar nos braços da diretora.
Quando eu acordei, meus pais estavam lá me socorrendo, então eu disse:
– Pai? Mãe?
Eu me sentia cansado de alguma forma. Eles me levantaram do chão e disseram que ia ficar tudo bem, e foram falar com a diretora do colégio sobre aquilo. A garota simplesmente foi embora junto com todos os garotos assim que o sinal tocou e eu fiquei lá, sozinho no corredor da escola.
Então eu fui entrar para a sala de aula, mas a porta da minha classe estava fechada. Eu bati na porta e o professor, um somem alto de cabelos castanhos, olhos castanhos,bigode espesso, óculos, vestindo uma camisa branca com um suéter bege por cima, uma calça marrom e sapatos marrons abriu a porta e me olhando sério e disse:
– Eu estou no meio de uma aula, o que você quer?
Eu perguntei se podia entrar pois estava na sala dele e aquele era o primeiro dia de aula. Ele disse que ele não tolerava atrasos, mas que como era o meu primeiro dia de aula, ele iria abrir uma excessão para mim, e assim permitiu que eu entrasse na sala. Eu o agradeci e entrei na sala. Ele disse para me sentar onde estivesse vago, e eu resolvi me sentar no fundo da sala perto de um armário que tinha lá. O professor fez uma rápida introdução sobre mim e perguntou o meu nome.
– Emistre Ecchiore — Eu disse um pouco constrangido com todos olhando para mim como se eu fosse um estranho no ninho — . Então, o professor continuou perguntando sobre mim.
– Quantos anos você tem?
– 17 anos – Eu respondi meio tímido.
– Quem são seus pais?
– Enzo e Orchidea Ecchiore. Meu pai é diplomata e minha mãe secretária dele.
Por um momento, o professor ficou a pensar sobre aquilo. Talvez ele não conhecesse os meus pais, mas eles eram muito famosos por toda Verona, assim como Hogwarts. Então ele disse:
– Alguns de meus alunos me disseram que o senhor possuí alguns…poderes…ou magia, isso é verdade?
– S-Sim — Eu estremeci pensando no que eles poderiam fazer comigo. Queimar na fogueira já não é mais “moda” desde o século 17 —. Mas…eu não sei controlar isso ainda – Respondi timidamente.
– Bem, eu não quero saber como você aprendeu tal habilidade, mas devo avisá-lo para que você controle isso, ou eu tomarei as providências necessárias para que você seja expulso dessa escola, e ai de você se puser seus pés aqui novamente – Disse o professor com cara de mau.
– S-Sim, eu…eu entendo, professor — Ser expulso de lá? Sem problemas. Afinal, eu sentia que eu não me encaixava ali mesmo — .
Então, o professor continuou a explicar mais um pouco da matéria até que o sinal tocou. Os alunos se despediram do professor enquanto ele arrumava suas coisas para a sua próxima aula. Então eu vi a garota que eu havia encontrado no corredor saindo da sala e intervi.
– Espera!
A garota virou para trás já nervosa e praguejando e então foi até mim.
– O que você quer, Emistre? – Disse ela sem muita paciência.
– Eu só queria dizer que eu gosto de você – Eu confessei.
– Mas eu não gosto de você. Você é esquisitão demais e você é mau. Aquilo que você fez no corredor? — Ela me lembrou — Aquilo foi muito cruel.
Então a garota foi embora sem ao menos me dizer o nome dela. A sala ficou vazia antes da próxima aula, e foi ai que eu ouvi o meu nome sendo sibilado.
– Emissstre Ecchiore!
O som parecia vir do armário da sala. Eu me levantei da carteira e fui até o armário. Quando eu abri as duas portas do armário, uma enorme cobra verde surgiu dentro do armário e começou a falar comigo. Claro, eu estava um pouco assustado com aquilo, mas não deixei aquilo me abalar. Eu cravei meus pés no chão e falei com ela.
– Quem é você?
– Eu, sou Nagini. Eu sou uma serva de Lorde Voldemort. – Disse a cobra sibilando.
– Interesssante! Você sssabe falar a língua das cobrasss – Continuou a cobra sibilando.
– O que você quer de mim? – Eu disse.
– De você? Nada. Ssssó gossstaria de avisá-lo que Lorde Voldemort está esperando por você – Disse a cobra.
– Lorde Voldemort? Quem é ele? Eu não conheço ninguém com esse nome – Eu disse.
– Paciência, garoto. Logo você o conhecerá – Disse a cobra.
– Como…Como eu consigo enxergar você? – Eu indaguei.
– Porque eu sou real apenas para você. Ninguém pode me ver. A não ser que você deseje isso – Disse a cobra.
– Entendo.- Eu disse olhando para a cobra.
Quando eu olhei, a cobra já não estava mais lá no armário. Eu fechei o armário e voltei para minha carteira. Lá, eu fiquei a pensar sobre a minha conversa com a cobra. Porque eu podia não entender aquelas palavras difíceis dos livros na biblioteca dos meus pais, mas conseguia entender as palavras de uma cobra?
Então os meus dias naquela escola foram passando. A cada dia um novo surto dos meus poderes , e eu fui tentando me aproximar daquela garota que tanto me encantava. Até que um dia, eu estava no pátio da escola e vi ela lanchando sozinha, debaixo de uma árvore. Eu me aproximei lentamente dela e disse:
– Posso me sentar aqui com você?
Ela olhou sério para mim, e relutou um pouco sobre aquilo, mas então disse.
– Está bem, sente-se.
Eu a agradeci e comecei a conversar com ela.
– Qual é o seu nome? — Perguntei olhando para o chão —
– Lorena, Lorena Cagliostro – Ela disse.
– Lorena…Eu peço desculpas por não me apresentar propriamente, mas…eu sou tímido. – Eu disse novamente olhando para o chão.
– Está tudo bem. – Ela disse.
– Eu sei que eu não te conheço ainda e que isso parece apressado demais, mas…eu sinto que eu estou começando a me apaixonar por você – Eu disse tentando olhar para ela nos olhos — O meu nervosismo era tanto que os nervos do meu corpo ficavam trepidando, eu não conseguia falar com ela naturalmente, sem olhar para o chão —
– Eu já disse, eu não te amo. Você é muito sombrio, e eu não gosto disso! – Ela exclamou.
Então, eu resolvi dar um “Basta” naquilo e gritei com toda a força de meus pulmões.
– Eu amo você! E sempre que eu estou nervoso, meus poderes afloram, mas eu não tenho nenhuma intenção de te machucar, porque eu te amo! E eu não vou machucar quem eu amo!
Foi então que eu comecei a sentir o vento me envolver em um círculo invisível e então, do nada, chamas começaram a saltar do chão e me rodearam, formando um círculo de fogo. Lorena se levantou de onde estava e olhou para mim envolto naquele círculo de fogo.
– O que está acontecendo? – Ela indagou com medo.
– Eu não sei! – Vociferei de dentro do círculo.
As chamas começaram a crescer até se tornarem uma barreira de fogo. Lorena tentava falar comigo do outro lado da barreira, mas eu não conseguia ouvi-la, pois as chamas estavam imensas. Então, eu fechei os meus olhos, respirei fundo e tentei aquietar o meu corpo e meu espírito. A barreira de fogo havia desaparecido.
Então, meu corpo estremeceu e eu cai de joelhos no chão. Eu fiquei inconsciente. Quando acordei, eu estava sentado na poltrona de minha casa. Eu olhei para os meus pais que estavam parados perto de mim e me olhavam bem sérios.
– Outro surto de magia… – Disse o meu pai para a minha mãe.
– Nós precisamos mandá-lo para Hogwarts imediatamente – Disse minha mãe para o meu pai.
– Mãe, o que aconteceu? – Eu indaguei.
– A diretora da escola nos chamou e disse que você estava inconsciente no pátio da escola e que havia um círculo de pó preto em volta de você. Você se lembra do que aconteceu, querido? – Indagou minha mãe.
– Não, eu só me lembro de ter falado com uma cobra verde que disse se chamar Nagini, e servir um tal de Lorde Voldemort. Quem é ele? – Eu disse.
– O mais poderoso bruxo de todos – A minha mãe disse.
– Como você sabe disso, mãe? – Eu indaguei.
– Eu e seu pai trabalhamos para uma unidade do ministério da magia daqui da Itália e fomos informados de que ele está em algum lugar daqui da Itália. – Explicou minha mãe.
– Mas não tema, meu filho. Quando você for para Hogwarts, tudo deverá ser esclarecido e você aprenderá a controlar sua magia, assim como nós aprendemos quando fomos para lá. – Disse meu pai com um olhar amigável.
Então, na manhã seguinte, minha mãe ligou para escola onde eu estudava e trancou a minha matrícula. Nós fomos no jato particular do meu pai que ficava num hangar ali perto da minha casa, no meio da floresta, e voamos para a Alemanha. Lá, nós fomos até a loja de varinhas do senhor Gregorovitch, um amigo de longa data dos meus pais. Os meus pais me apresentaram para ele que me recebeu com uma alegria contagiante.
– Ah, Emistre Ecchiore! Filho dos meus queridos amigos Enzo e Orchidea Ecchiore. Eu prevejo grandes feitos para o senhor, Emistre – Disse ele alisando um fio de seu bigode preto.
– Mykew. Nosso filho despertou sua magia – Disse meu pai.
– Maravilhoso! E vocês vieram aqui na minha loja comprar a primeira varinha dele, eu presumo? – Disse Mykew.
– Sim. Nosso filho vai para Hogwarts ainda este ano – Disse minha mãe.
– Bem, talvez eu tenha alguma varinha que se adapte a você, Emistre – Disse Mykew.
Mykew foi até a prateleira de varinhas e puxou uma caixa. Então ele retirou uma varinha feita de marfim com núcleo corda de coração de dragão.
– Teste! – Disse Mykew.
Eu segurei a varinha na mão, mas ela começou a tremer e de repente desapareceu do nada.
– Parece que essa varinha não combina com você…- Disse Mykew intrigado com aquilo.
Depois de inúmeras tentativas frustrantes de achar a varinha perfeita para mim, Mykew olhou na última prateleira e apenas uma varinha havia sobrado. Ele pegou a caixa, colocou em cima do balcão e a abriu com cuidado. Dentro estava uma varinha feita de madeira de ébano, núcleo de madeira de cobra, com um uma espiral prateada da ponta até o cabo e no pomo da varinha uma cabeça de cobra bem pequena em preto. Ela tinha 26 centímetros de largura.
– Essa varinha deve servir. É a última que sobrou da prateleira. Certamente ela devia estar esperando por você – Disse Mykew.
Então, eu tirei a varinha da caixa, e a peguei na mão. Comecei a sentir uma calmaria dentro de mim, meus cabelos esvoaçaram e assim que o efeito parou, eles estavam todos desgrenhados.
– Parece que achamos a varinha ideal para o senhor, Emistre – Disse Mykew maravilhado.
Então eu peguei a varinha e meus pais pagaram Mykew. Ele ficou muito agradecido por ter vendido a varinha para mim.
– Muito obrigado, meus amigos – Disse ele com um sorriso aberto no semblante.
– De nada, Mykew – Disse minha mãe.
Então meu pai me apressou.
– Vamos, filho. Nós ainda precisamos comprar sua coruja no Beco Diagonal.
– Está bem, pai. – Eu disse.
Então nós nos despedimos do senhor Gregorovitch e voamos para Londres. Chegando lá fomos até um pub onde todos que conheciam meus pais nos cumprimentaram e então chegamos a essa parede de tijolos.
– E agora, mãe, pai? – Eu indaguei.
Meu pai fechou o punho direito e bateu em um bloco da parede. A passagem para o Beco Diagonal se abriu para nós.
Nós entramos no Beco Diagonal e fomos andando pela rua. A rua estava lotada de novos bruxos que estavam lá para comprarem seus animaisinhos, livros e todo artigo para começar o ano letivo em Hogwarts.
Nós fomos em uma loja de animais e fomos muito bem recebidos pela vendedora.
– Olá! Procurando um animalsinho para lhe fazer companhia, garoto? – Disse a vendedora.
– Nós viemos comprar uma coruja para nosso filho – Disse minha mãe.
– É claro. Fiquem à vontade – Disse a vendedora.
Eu e os meus pais ficamos olhando a nossa volta, até que eu vi uma coruja numa gaiola. Ela era muito bonita. Ela tinha penas pretas com algumas manchas alaranjadas como se fossem faíscas, os olhos dela eram amarelos. Havia algumas machas laranjas da testa até o meio de seus olhos. Então eu chamei meus pais para verem a coruja.
– Pai? Mãe?
Meus pais foram até onde eu estava, olharam para a gaiola e sorriram para mim.
– Ela é muito bonita. Preto e laranja, que combinação de cor fantástica. – Disse minha mãe maravilhada.
– Realmente. Eu nunca vi uma coruja com cores tão exóticas – Disse meu pai.
– Perfeito! Eu quero essa coruja, moça – Eu disse a vendedora.
– Certo. Venham comigo até o caixa – Disse a vendedora sorrindo.
A vendedora pegou a gaiola com a coruja e a colocou no balcão do caixa.
– Algo mais? – Indagou a vendedora.
– Ah sim! Você ainda precisa ter um bichinho. – Lembrou meu pai.
– Sim, eu tinha um rato. – Disse minha mãe.
Então nós fomos demos uma volta pela loja e vimos um gato preto de olhos alaranjados. Chamamos a vendedora e ela pegou o gato para nós e o colocou no balcão.
Meus pais pagaram a conta e nós saímos levando o meu gato preto que eu chamei de Amos, e a minha coruja que eu a chamei de Pyra.
Em seguida, meus pais foram sacar um pouco mais de dinheiro no banco Gringotts enquanto eu esperava com meus novos amigos na porta do banco.
Uma hora depois, meus pais retornaram com alguns sacos de dinheiro.
– Acho que agora estamos prontos – Disse o meu pai aliviado.
Estação de trem
Lá estávamos nós. Meus pais haviam me dado a passagem para Hogwarts que eles haviam comprado para mim e nós fomos procurar a estação 9¾.
Nós andamos pela plataforma até que vimos duas placas uma estava escrito 10 e a outra 9. Então meu pai lembrou:
– a plataforma é entre a plataforma 10 e a 9, você tem que atravessar a parede para chegar lá.
– Está certo.
Então meus pais foram se despedir de mim.
– Boa sorte em Hogwarts, querido – Disse minha mãe me beijando.
– Boa sorte, filho. E lembre-se, não use magia a menos que seja necessário – Disse meu pai me abraçando.
Então eu corri com o carrinho contendo minhas coisas e olhei uma última vez para meus pais enquanto ia em direção a parede. Eles acenaram um adeus e em seguida desapareceram em uma fumaça verde. Quando eu finalmente atravessei a parede, lá na minha frente estava uma placa dizendo: “Expresso para Hogwarts”. O trem já estava ali na plataforma esperando por mim.
E assim eu peguei o trem para Hogwarts.